Cavaleiros do Santo Sepulcro

Os Cavaleiros do Santo Sepulcro tiveram origem na época da Primeira Cruzada, pela iniciativa de Godofredo de Bolhão, o único príncipe do reino germânico a tomar parte nesta campanha. Principal chefe do movimento militar desencadeado pela iniciativa do papa Urbano II, em 1099 Godofredo fundou o Reino de Jerusalém, após a conquista da Cidade Santa, e governou-a com o título de "Defensor do Santo Sepulcro", passando os seus homens a estarem encarregados da defesa daquele lugar santo.

Na fundação dos cavaleiros de Santo Sepulcro participaram cinquenta cavaleiros. Esta ordem foi uma das cinco que se instituíram nos Lugares Sagrados: a Ordem do Templo, a Ordem de São João de Jerusalém, a Ordem do Santo Sepulcro, os Cavaleiros Teutónicos e a Ordem dos Lazaristas. O sinal que distingue a Ordem do Santo Sepulcro é a cruz vermelha de Santa Teresa, que representa as Chagas do Senhor e o seu sangue que redimiu a humanidade inteira.

Um dos principais desafios que se levantou aos cruzados foi a defesa do Santo Sepulcro, situado junto à muralha Norte e muito exposto aos ataques dos muçulmanos, que assaltavam o local para roubar as preciosas oferendas ali deixadas pelos peregrinos. Os padres pouco ou nada podiam fazer, a não ser tentar sobreviver. Os peregrinos também constituíam um perigo, pois todos queriam levar uma relíquia para casa, motivo por que as pedras do templo estavam sempre a ser deterioradas. Foi assim decidido criar um corpo de elite que defendesse o local. Logo após a conquista de Jerusalém, um restrito número de cavaleiros não arredou pé do Santo Sepulcro, pois tinham jurado consagrar a sua vida à defesa daquele local. O número daqueles guerreiros cresceu e atingiu o meio milhar. Foi-lhes dada a designação de Cavaleiros do Santo Sepulcro. Vestiam de branco e tinham nas vestes a cruz roxa de Jerusalém, enquadrada por outras quatro pequenas cruzes, em recordação das cinco feridas sofridas por Cristo. Não se limitaram a guardar os Lugares Santos. Pelo contrário, estavam sempre na vanguarda das duras batalhas travadas contra os muçulmanos. Eram olhados com enorme respeito e vistos como o exemplo mais sublime entre a Nobreza. Mais tarde, já no século XII (1118), mudaram-se do Santo Sepulcro para o Templo de Salomão, passando a ser designados por Templários.